O Uso de Substâncias e a Prescrição de Dietas
Durante todo o processo de tratamento da medicina da Índia antiga, observa-se o uso sistemático de diversas substâncias assim como a prescrição de dieta como meio de resgatar o equilíbrio das forças vitais (doshas) presentes no organismo. Segundo o Ayurveda, o corpo, todos os alimentos e substâncias são compostos pelos mesmo cinco elementos: (terra, fogo, água, ar e éter). Desta forma, a ação das substâncias e dos alimentos prescritos através da dieta exerceria seus efeitos através de uma interação destes elementos exógenos com os elementos endógenos responsáveis pela origem das três forças vitais (tridosha) e que se encontram em desequilíbrio.
De acordo com esta concepção, o alimento é visto não apenas como provedor de matéria e energia, mas também capaz de impor ordem e equilíbrio entre as forças vitais. Cada tipo de constituição física requer uma dieta adequada e propícia, base para a saúde e a harmonia do corpo e da mente. Uma alimentação adequada é fundamental tanto no tratamento como na prevenção das enfermidades. Conseqüentemente, a prescrição de dieta tem papel-chave no processo de retomada de equilíbrio das forças vitais (doshas) no organismo.
A melhor forma de manter os doshas em equilíbrio, além de hábitos sadios, é através da alimentação. O princípio da alimentação é propiciar aqueles alimentos que reduzam o dosha em excesso e aumentem o dosha em deficiência. Uma boa dieta é a combinação correta dos alimentos que suprem os elementos vitais para o bem estar.
A medicina indiana antiga propõe cinco tipos principais de preparos farmacêuticos: suco extraído (svarasa); pasta ou pó (kalka); cozimento (Srta); infusão fria (Sita); e infusão quente (Phanta). Estas substâncias eram derivadas de três fontes: animal, mineral e vegetal.
Dentre as fontes minerais, temos o mercúrio, o arsênico e o chumbo. Apesar de estes metais serem considerados tóxicos, eles possuem grande importância dentro da cultura ayurvédica [1]. Por exemplo, o mercúrio era denominado como o “sêmen” de Shiva (Deus indiano que segundo a mitologia, rejuvenesceu).
As fontes vegetais são utilizadas em combinações de três a dez plantas. São utilizadas tanto para o consumo (na dieta) como na produção de óleos medicinais para a prática de massagens. Vemos o uso de alho, cebola, gengibre, açafrão, hortelã, coentro, noz-moscada, pimenta-do-reino, cravo, canela, gengibre e a erva-doce [2].
Dentre aqueles de fonte animal, há destaque para o mel, o leite e derivados, a bile, a gordura, o tutano, o sangue, a carne, a urina, a pele (incluindo membranas), o sêmen, os ossos, os tendões, os chifres, o cabelo, as unhas, e os cascos.
Segundo o Ayurveda, para uma boa digestão é necessário:
-Comer em um ambiente calmo e tranqüilo;
-Sentar-se tranqüilamente durante alguns minutos antes e após a refeição;
-Comer sempre sentado;
-Não comer quando estiver aborrecido;
-Evitar comer demais;
-Evitar as comidas frias e as bebidas geladas;
-Não falar enquanto mastiga;
-Comer em ritmo moderado;
-Não comer enquanto a refeição anterior não tiver sido digerida;
-Dar preferência às refeições preparadas com alimentos cozidos na hora;
-Não comer se tiver sede, não beber se tiver fome.
Referências:
[1] Para uma maior discussão sobre a toxicidade das substâncias ayurvédicas, ver:
http://jama.ama-assn.org/cgi/content/short/292/23/2868
http://staff.washington.edu/chudler/ayur.html
http://health.indiatimes.com/articleshow/msid-1444100,curpg-2.cms
http://www.layogamagazine.com/issue17/Departments/ayurvedfa.htm
http://www.loaj.com/articles/ayurvedic_metals.html
[2] Para maiores detalhes sobre o uso das plantas medicinais:
http://planetanatural.com.br/detalhe.asp?cod_secao=14&idnot=495
[3] Thatte UM, Rege NN, Phatak SD, Dahanukar SA. The flip side of Ayurveda. J. Postgrad. Med. 1993; 39:179-82,182. Em:
http://www.jpgmonline.com/article.asp?issn=0022-3859;year=1993;volume=39;issue=4;spage=179;epage=82,182a;aulast=Thatte
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