Ciências & Histórias

segunda-feira, junho 02, 2008

O Período Clássico e a Filosofia


Como já dito anteriormente, podemos afirmar que a origem de todo pensamento ocidental se encontra no pensamento antigo grego. Desde o surgimento da filosofia na Grécia e até mesmo antes, os homens não cessaram de se indagar sobre a singularidade e a origem do pensamento humano. Entretanto, é na Grécia que vemos uma busca por respostas que falem sobre a estrutura da Natureza e seu funcionamento e o estabelecimento de uma compreensão sobre os fenômenos naturais em termos racionais.

É durante o Período Clássico, nos primeiros anos do século VI a.C., com Tales de Mileto, que se forma um pensamento próprio do homem ocidental e marca o início do pensamento filosófico. Esse pensamento vai se caracterizar por uma busca de um princípio (arkhé) ordenador da natureza e sua expressão em uma linguagem racional. Na verdade, a noção predominante que irá se inaugurar com Tales de Mileto e percorrer toda a filosofia grega é a de logus, termo que tem a conotação, entre outras, de “palavra” e “medida”. De certa forma, o discurso filosófico e a investigação científica estão intimamente vinculados.

Durante todo o século VI a.C. e grande parte do século seguinte, há uma crescente produção, tanto pelos filósofos da Jônia quanto pelos da Magna Grécia, de teorias que substituem o mito na explicação dos fenômenos do Universo. O objeto da reflexão filosófica é diretamente a natureza (phýsis), numa busca por explicações acerca do mundo natural baseada essencialmente em causas naturais. A chave da explicação do mundo de nossa experiência estaria então, para eles, no próprio mundo, e não fora dele, em alguma realidade misteriosa e inacessível. O mundo se abre, assim, ao conhecimento, à possibilidade total de explicação à ciência.

Em outras palavras, a principal contribuição desses primeiros pensadores ao desenvolvimento do pensamento filosófico, e podemos dizer também cientifico, encontra-se em um conjunto de noções que tentam explicar a realidade e que constituirão em grande parte, como veremos, alguns dos conceitos básicos das teorias sobre a natureza que se desenvolverão a partir de então.

A primeira escola de filósofos científicos surgiu em Mileto. Esta cidade no litoral jônico era uma ativa encruzilhada de negócios e comercio. A sudeste ficavam Chipre, Fenícia e Egito; ao norte, os mares Egeu e Negro; a oeste, através do Egeu, a Grécia continental e a ilha de Creta. A leste, Mileto mantinha estreito contato com a Lídia e, através desta, com os impérios da Mesopotâmia. Com os lídios, os milésios aprenderam a prática de cunhar moedas de ouro parar servir de dinheiro. O porto de Mileto vivinha apinhado de veleiros de muitas nações e os seus armazéns estocavam mercadorias do mundo inteiro. Como conheciam o dinheiro como meio universal de armazenar valor e trocar mercadorias, não admira que os filósofos milésios se indagassem de que são feitas todas as coisas.

“Todas as coisas são feitas de água”, teria dito Tales de Mileto. E assim começam a filosofia e a ciência. A idéia mais importante de Tales é a sua afirmação de que o mundo é feito de água. Exploraremos este filósofo a seguir.

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