Horsley e Broca: Quem tem razão afinal?
Ainda hoje, há um grande debate acerca dos motivos reais que levaram os homes pré-históricos a praticarem a trepanação. Basicamente, ainda se compara o contraste entre a visão empírica de Horsley, que analisa os dados em relação aos crânios trepanados, com a abordagem mais antropológica de Broca, que procurou associar possíveis convulsões em jovens com explicações místico-religiosas.
Entretanto, como originalmente concebidas, nem a teoria de Broca e nem a de Horsley resistiram ao teste do tempo. Em relação à Broca, vemos uma falta de evidência sólida que demonstre que os mais jovens eram mais alvos da operação. Entretanto, sem a questão da idade, sua teoria fica mais plausível. Em relação a Horsley, sua idéia de que os orifícios eram comumente acima do córtex motor não se evidência por completo. Entretanto, sem este fator, sua noção de que as trepanações eram executadas no tratamento de lesões traumáticas permite que sua teoria também fique mais plausível.
Segundo Finger & Clower (2001), as melhores evidencias indiretas que dão suporte as duas teorias provem de tribos que praticam trepanação ainda no século XX. A operação é executada por tribos de ilhas do Pacífico Sul no tratamento de fraturas, epilepsia, loucura e dores de cabeça. No Quênia, trepanações eram praticadas até recentemente praticadas no tratamento de dores de cabeça com ou sem fraturas cranianas. De forma parecida, dores de cabeças e fraturas após pancadas também eram tratadas com trepanação em Uganda, Nigéria, Somália, Líbia e entre os Zulu na África d Sul.
Referência:
Clower, W.T.; Finger S. (2001). Discovering trepanation: the contribution of Paul Broca. Neurosurgery 49(6):1417-25.
Finger, S.; Clower, W.T. (2001). Victor Horsley on "Trephining in Pre-historic Times". Neurosurgery. 48(4):911-918.
Imagem retirada de: http://www.bluegecko.org/kenya/tribes/gusii/trepanation.htm
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