Ciências & Histórias

quarta-feira, agosto 22, 2007

O Homem Primitivo e Sua Cabeça


É muito provável que o homem pré-histórico percebeu que traumas cranianos eram capazes de produzir sérios distúrbios, tais como a perda da consciência, danos à memória, convulsões e alterações do comportamento. Entretanto, a ausência de registros escritos impede que se possa determinar com exatidão que tipo de conhecimento as culturas pré-históricas possuíam acerca da relação entre o cérebro e as funções mentais. Nesse sentido, a análise de crânios descobertos através de escavações arqueológicas é um dos principais elementos para inferir qual a importância que o homem primitivo dava ao cérebro.

Lesões cranianas, capazes de causar lesões no cérebro, podem ser encontradas através de toda evolução de nossa espécie. Segundo Finger (1994), umas dessas evidências é um crânio de um australopithecus africanus (estimado em 3 milhões de anos), que apresenta diversas fraturas umas próximas as outras. Estas fraturas podem ser consideradas como resultado da agressão de outro sujeito, que o acertou com algum objeto repetidas vezes até a morte. Além disso, Finger (1994) lista uma série de exemplos arqueológicos de crânios entre os Homo Erectus (1,5 milhão de anos atrás) encontrados com algum tipo de lesão na caixa craniana. Aparentemente, um bom número dessas lesões foi capaz de provocar a morte. Exemplos entre o Homem de Java (500 – 300 mil anos atrás) e o Homem de Pequim (300 – 100 mil anos atrás) podem ser encontrados. Ainda, também podemos encontrar crânios lesionados entre o homem neanderthal (100 – 40 mil anos atrás). Por exemplo, os fósseis da caverna de Shanidar, Iraque, apresentam entre eles diversos exemplos de crânios com lesões antemortem, como uma ferida no topo da cabeça e outra na região do olho. A análise de diversos crânios encontrados em sítios na China, América do Norte e Quênia, datados do período Neolítico (10000 a.C.), no estudo da violência entre o homem pré-histórico também indica que a região da cabeça era bastante visada durante algum embate interpessoal (Jackes, 2007). Para Finger (1994), todas estas evidências arqueológicas podem sugerir que o cérebro, ou pelo menos a região da cabeça era vista como crítica para as funções básicas da vida.


Finger, S. The Origins of Neuroscience: A History of Explorations into Brain Function. New York: Oxford University Press, 1994

3 Comentários:

  • quer resposta, pega o livro de história!!!

    Por Anonymous Anônimo, Às março 19, 2009 8:58 PM  

  • que merda de resposta!
    quero saber da origem dos registros escritos!

    Por Anonymous Anônimo, Às março 22, 2009 7:13 PM  

  • Um excelente estudo. Mas, pelo título, eu pensei que seriam abordadas teorias sobre a mente de um homem primitivo, como uma espécie de psiquiatria pré-histórica. Sem a escrita, que abre asportas da história, fica tudo mais difícil.

    Por Anonymous Anônimo, Às março 28, 2009 11:07 PM  

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