Ciências & Histórias

sexta-feira, junho 20, 2008

Anaximandro

Como dito anteriormente, diversos outros pensadores procuraram apresentar outros princípios explicativos da realidade. Após Tales, encontramos Anaximandro, também da chamada Escola de Mileto e aproximadamente catorze anos mais jovem (aproximadamente de 610 a.C.). Anaximandro foi além de seu antecessor Tales, e proporcionou uma explicação mais sofisticada, postulando que o universo era eterno e infinito em extensão e seu centro era ocupado pela terra. Geógrafo, matemático, astrônomo e político. Os relatos doxográficos nos dão conta de que escreveu um livro intitulado “Sobre a Natureza”; contudo, infelizmente, esse livro se perdeu.

Na verdade, Anaximandro criticou a teoria cosmológica de Tales. Para ele, o elemento de base de tudo é algo indeterminado, ainda que esteja sempre a assumir alguma forma, a qual pode ser constantemente alternada por outras. Assim, por que escolher a água? A substância primária da qual são feitas as coisas não pode ser uma das suas próprias formas especiais. Logo, deve ser algo diferente de todas elas, algo mais fundamental.

Anaximandro identifica a “arché” não mais em um elemento natural, como em a água de Tales, mas no ápeiron, termo grego que indica o ilimitado, o infinito, uma realidade originária e indiferenciada, sem limites e sem fronteiras, “de onde provêm todos os céus e os mundos neles contidos”. Aparentemente, Anaximandro considera que cada parte do universo é resultado de uma oposição entre forças antagônicas (a terra, a água, o ar, o fogo) - ou seja, todos os elementos naturais são efeitos (em uma situação de momentâneo equilíbrio) de pares opostos: o quente opõe-se ao frio, o seco opõe-se ao úmido. Mas também o cosmo, em seu conjunto, deve ser produto de um antagonismo fundamental; e como o universo se mostra defini­do, limitado, determinado em cada um dos seus componentes, deve-se pensar que ele se tenha ori­ginado e seja sustentado por um princípio diame­tralmente contrário: o apeíron. A matéria original é o que Aristóteles posteriormente irá chamar de “causa material” Anaximandro aqui intitula de o Ilimitado.

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