Ciências & Histórias

quarta-feira, junho 25, 2008

Heráclito ( I )

O último dos filósofos iônicos que iremos apontar aqui é Heráclito de Éfeso. As datas de seu nascimento e de sua morte não são conhecidas. Há referencias históricas que o põem por volta do ano 500 a.C. Embora Mileto tenha sido destruída pelos persas em 494 a.C., as idéias de Tales chegaram a Éfeso, localizada um pouco mais ao norte. Alguns fragmentos dos escritos de Heráclito foram mencionados por outros autores, como Platão e Aristóteles. Devido a seu estilo baseado em charadas de difícil compreensão, Heráclito era conhecido como “o Obscuro” e pode ser considerado o primeiro grande representante do pensamento dialético.

Embora exista pouco consenso entre os especialistas sobre a verdadeira natureza do pensamento dele, o aspecto mais importante de seus ensinamentos baseia-se na doutrina de que “tudo está em mudança e nada permanece parado”. Ele estendeu sua idéia desde a natureza até o comportamento humano, sempre enfatizando a importância da tensão entre opostos como a força motriz por trás do dinamismo do mundo à nossa volta. Concebia a realidade do mundo como algo dinâmico, em permanente transformação. Daí sua escola filosófica ser chamada de mobilista (movimento).

Sua filosofia, tal como podemos reconstruí-la, é, entretanto, bem mais complexa do que isso. De acordo com Heráclito, não existia uma realidade permanente e imutável, mas sim uma realidade em constante mudança, sendo a constância nada mais do que uma ilusão dos sentidos. Assim, a vida era um fluxo constante, impulsionado pela luta de forças contrarias: a ordem e a desordem, o bem e o mal, o belo e o feio, a construção e a destruição, a justiça e a injustiça, o racional e o irracional, a alegria e a tristeza, etc. É pela luta das forças opostas que o mundo se modifica e evolui. Indo além, pensava que todas as coisas carregavam com eles seus opostos e que o equilíbrio existente é alcançado através de uma necessária complementaridade entre os opostos, a qual ele chamou de logos. Esta noção de logos desempenha papel central em seu pensamento, como principio unificador do real e elemento básico da racionalidade do cosmo.

1 Comentários:

  • tudo isso é hindu... é impressionante a resistência do ocidente em render-se à ideia de que seu pensamento, sua cosmologia e suas raízes espirituais derivam na sua quase totalidade da região que hoje é a índia e do antigo egito.

    Por Blogger das trombetas que viriam, Às julho 06, 2010 10:30 AM  

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