Ciências & Histórias

quinta-feira, junho 26, 2008

Heráclito ( II )


Como dito anteriormente, o pensamento de Heráclito é bem mais complexo do podemos apresentar aqui neste espaço. Entretanto, podemos dizer que para ele, tudo é movimento, tudo está em fluxo, mas a realidade possui uma unidade básica, uma unidade na pluralidade. Esta “unidade na pluralidade” pode ser entendida como um conflito entre os opostos, onde este conflito não possui um caráter negativo. Na verdade, é a garantia do equilíbrio, através da equivalência e reunião dos opostos que emerge a realidade. Assim, dia e noite, calor e frio, são opostos que se complementam. Assim, “a luta é a mãe, rainha e princípio de todas as coisas”.

Para Heráclito, a substância primária do universo era o fogo, possivelmente devido ao poder de transformar as coisas e pelo qual os outros elementos eram transformados. Entretanto, o foco principal de sua filosofia eram as transformações criadas pela tensão entre os opostos, enquanto para seus colegas iônicos as transformações observadas na natureza eram uma manifestação secundária da substância básica. O universo de Heráclito era eterno e em constante estado de fluxo.

É sua visão da natureza como uma entidade dinâmica, sempre em transformação, que terá um papel fundamental no desenvolvimento futuro do pensamento grego. Pode-se dizer que Heráclito serviu como ponte entre a tradição iônica para a filosofia de Parmênides. Os iônicos tomavam como ponto de partida de investigação o mundo ordenado e visível. Seu objetivo era entender esta ordem, determinar sua origem e as leis sob as quais o cosmo opera. A consideração primaria era de que o cosmo era a encarnação visível da razão, e por isso poderia ser entendida pelo raciocínio. Parmênides fez uma quebra radical com a tradição iônica no inicio do sec. V, mas partida foi um processo natural da filosofia de seu predecessor, Heráclito.

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