Ciências & Histórias

terça-feira, outubro 21, 2008

Mítico X Místico


Voltando a nossa programação normal, continuaremos falando sobre a Grécia Antiga...

Aponta-se a Grécia Antiga como o berço do nascimento do pensamento tradicional ocidental, que irá dominar e perdurar até hoje. Uma característica principal desde nascimento é o surgimento, neste povo de um pensamento filosófico e científico, segundo muitos autores. Muito se discute sobre a filosofia nascente na Grécia Antiga. O que diferenciaria os antigos gregos das outras civilizações antigas seria uam ruptura com um pensamento mítico e místico.

A filosofia surgida no século VI a.C. nas cidades gregas se caracteriza, grosso modo, por uma interpretação racional dos mitos cosmogônicos existentes na época. Foram os mitos, segundo Platão e Aristóteles, a matéria inicial de reflexão dos filósofos.

Entretanto, uma questão que pode surgir enquanto discutimos sobre uma ruptura (ou continuidade) entre o pensamento mítico e filosófico que ocorre na Grécia, é sobre a distinção entre mítico e místico. Qual a diferença entre estas duas visões?

O mito geralmente se apresenta como uma narrativa tradicional com caráter explicativo e/ou simbólico, profundamente relacionado com uma dada cultura e/ou religião, baseada em tradições e lendas feitas para explicar o universo, a criação do mundo e/ ou fenômenos naturais. Ou seja, possui um caráter explicativo e busca responder a questões a partir de um acontecimento onde criaturas sobrenaturais (Deuse,s semi-deuses e heróis) agem. Pode-se dizer que o mito é uma primeira tentativa de explicar a realidade, atrelado ou não a um pensamento religioso.

O termo misticismo é freqüentemente usado para se referir a crenças que são externas a uma religião ou corrente principal, mas relacionado ou baseado numa doutrina religiosa da corrente principal. Caracteriza-se por uma crença que admite a comunicação dos homens com deus ou algum ser imaterial ou entidade divina, geralmente associada a tipos de “conhecimento” esotéricos e teosóficos. A essência do misticismo é a experiência da comunicação direta com o sobrenatural.

Assim, algo mítico pode se referir a um fenômeno místico, no sentido que o mito narra algum acontecimento com a intenção de explicar algum fenômeno observado. Ao mesmo tempo, o místico pode se referir à algum mito, onde a experiência ocorrida está relacionada a algum personagem do mito.

Entretanto, o que ocorre na Grécia é a ruptura, feita pela filosofia, com o mito, ou seja, a explicação de um fenômeno pela narrativa de um acontecimento relacionado a entidades sobrenaturais. O pensamento mítico é superado pelo pensamento racional da filosofia.


Continuemos nossa jornada.


(Fontes do texto: Wikipédia – termos “mito” e “miticismo”)

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