Ciências & Histórias

sexta-feira, setembro 12, 2008

Novo Projeto


O cérebro humano sempre provocou um fascínio por seus mistérios e segredos. Assim como navegadores desbravando mares desconhecidos (ou pouco conhecidos), cientistas e filósofos têm procurado desvendar as águas profundas da mente humana e sua relação (direta ou indireta) com o funcionamento cerebral. Ao longo de toda história, observamos tímidas investidas em busca de respostas que falem sobre a natureza humana. Tal busca tornou-se foco da convergência de diversas áreas de conhecimento inter-relacionadas, como a filosofia, anatomia, fisiologia, psicologia e mais recentemente a genética, inteligência artificial e até mesmo a engenharia.

Apesar de esforços contínuos em busca de uma compreensão acerca do cérebro humano, foi apenas em 1891, a partir dos trabalhos de Ramón y Cajal (1889), que tomamos conhecimento da unidade básica do cérebro: o neurônio (Rapport, 2005). Desde então, podemos observar um crescente acúmulo de conhecimento acerca da composição e funcionamento do cérebro. Graças ao surgimento de novas técnicas de investigação, capazes de observar a atividade neural de forma cada vez mais íntima, o cérebro tornou-se a fronteira final no debate acerca da natureza da mente humana.

E cerca de 100 anos após os trabalhos de Ramón y Cajal, na década de 1990, (conhecida como “a Década do Cérebro”), pudemos pela primeira vez observar, de forma não intrusiva, um cérebro humano vivo e consciente em pleno funcionamento, através de técnicas de Ressonância Magnética funcional (fMRI). Atualmente, contamos não só com a Ressonância Magnética funcional (fMRI), mas também com tomografia computadorizada por emissão de pósitrons (PET Scan) ou por fóton único (SPECT), magnetoencefalografia (MEG) e traçadores de atividade neuronal baseados em expressão gênica (c-Fos). Todas estas diversas técnicas nos permitem, hoje, ir, de forma audaciosa, aonde nenhum homem jamais esteve: dentro de um cérebro humano. Esta verdadeira viagem tem dado novos rumos ao entendimento sobre o funcionamento do cérebro humano.

Talvez não seja demais dizer que estamos agora prontos para tomar vantagem desse progresso científico para entender o que o cérebro faz. Reunidas em torno da neurociência, as diversas áreas relacionadas ao estudo do cérebro e da mente têm gerado grande expectativa em relação ao entendimento final da natureza do cérebro humano.

Será mesmo? Bem, a partir de hoje, teremos uma mudança do foco do trabalho e discutiremos um pouco sobre o papel da neurociência atual, seu desenvolvimento e o status do conhecimento por ela gerado.

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