Ciências & Histórias

terça-feira, setembro 16, 2008

O Que Sabemos e o Que Não Sabemos


Hoje, podemos dizer que sabemos que o Sistema Nervoso Central é dividido entre a Medula Espinhal e o Encéfalo e que o Encéfalo se localiza dentro do crânio. Sabemos que o encéfalo se divide no cérebro, no cerebelo e tronco encefálico. Sabemos que o cérebro é composto por duas metades: os hemisférios direito e esquerdo, que são cobertos por uma fina pele de tecido cinzento profundamente pregueada chamada córtex cerebral. Sabemos que, apesar da vista superficial de cada cérebro ser ligeiramente diferente, existem pregas – sulcos e giros – comuns a todos e que são utilizados como pontos de referência. Sabemos que cada hemisfério cerebral é dividido em quatro lobos, divisões estas marcadas por estes sulcos e giros: o lobo occipital, lobo parietal, lobo temporal e o lobo frontal. Sabemos que estes lobos cerebrais estão associados com funções motoras e cognitivas diversas.
E se olharmos bem de perto, hoje já sabemos que o cérebro (e todo o sistema nervoso) é composto por bilhões e bilhões de células que formam uma densa rede. Sabemos que estas células se dividem entre as “células gliais” e neurônios, basicamente. Sabemos que são os neurônios os principais responsáveis pela atividade cerebral, que são extremamente extensos e que se comunicam através da condução de sinais elétricos e químicos. Sabemos que estes neurônios podem se conectar com até dez mil outros neurônios. Sabemos que, se olharmos muito próximo (mas muito mesmo) veremos que existe uma minúscula lacuna entre o axônio de um neurônio e o dendrito de outro neurônio, chamado de sinapse. Sabemos que para o sinal elétrico passar de um neurônio para outro, cada axônio libera na lacuna sináptica diversas substâncias químicas chamadas neurotransmissores. Sabemos que estes neurotransmissores fazem com que os neurônios vizinhos também disparem o sinal elétrico, provocando uma atividade simultânea e em cadeia em milhares de neurônios. Sabemos que é através destes processos que ocorrem na fenda sináptica que as informações de um neurônio são repassadas para outros neurônios, permitindo a divulgação, processamento e ação de uma sensação.
Entretanto, mesmo sabendo isso tudo, ainda não sabemos responder de forma satisfatória onde está, o que é e como surge a mente humana e qual a sua verdadeira natureza. O desenvolvimento de diversos estudos que investigam a localização das funções cerebrais no campo da neurociência tem contribuído em uma melhor compreensão dos substratos neurais do comportamento humano.
Em muitos aspectos, o debate acerca da natureza da mente humana vem tomando novos rumos graças à influência do conhecimento biológico e à crescente investigação acerca da atividade neural. Não restam muitas dúvidas, de que o cérebro é fundamental para o surgimento daquilo que chamamos de “mente”. Se você quer compreender como os humanos criam a música, escrevem peças, inventam máquinas, se apaixonam, brigam, pensam e se questionam o porquê de seu pensamento, é preciso estudar também a função cerebral. Desta forma, fica claro que a natureza da mente não é uma questão puramente filosófica, mas também uma questão profundamente científica.
No cerne de todas estas discussões, residem as questões mais óbvias, mas ao mesmo tempo, as mais intrigantes: De onde vêm as mentes? O que são elas? Qual a natureza real dos processos e estados mentais? Em que meio eles ocorrem, e como se relacionam com o mundo físico? O que podemos perceber é que os estudos das ciências contemporâneas da mente têm sido norteados principalmente por uma questão: a relação que existe entre a mente e o cérebro, ou como comumente é conhecido, o problema mente-corpo.

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